Turismo sustentável não significa apenas respeitar o meio ambiente mas garantir um futuro de longo prazo para o turismo na África, que se baseie em parcerias e no benefício à comunidade. É necessário unificar o setor para que possamos obter recompensas nos anos vindouros em vez de dizimar nossos recursos e habitats naturais visando o lucro no curto prazo.
Comparada a outros países, a África do Sul está indiscutivelmente defasada quanto ao turismo sustentável em termos ambientais, mas esta situação está mudando com o entendimento coletivo de que os espetaculares habitats e a abundante flora e fauna constituem os nossos recursos mais preciosos.
O turismo sustentável requer um total compromisso dos governos e das comunidades, mas infelizmente houve pouca mudança na indústria do turismo desde que Nelson Mandela assumiu o poder em 1994. Torna-se quase impossível identificar os hotéis e alojamentos que apoiam a iniciativa de Atribuição de Poder Econômico à Comunidade Negra e isso explica de certa forma porque é tão difícil pregar o evangelho da proteção e expansão dos nossos recursos naturais quando não existe compromisso do governo local e do setor privado.
É certo que o turismo oferece emprego porém, a menos que as comunidades participem e que o turismo seja lucrativo e viável, não há nenhum incentivo para que essas comunidades marginais o apoiem e protejam. Tente explicar a um produtor agrícola de subsistência local e à sua família porque eles não devem matar e comer os animais selvagens que coexistem há milênios naquela área, quando os recursos turísticos existentes não proporcionam nenhum retorno direto para ele ou a sua família.
O lado bom da indústria de turismo está na oferta de oportunidades de emprego que não demandam mão de obra altamente qualificada. O desenvolvimento de habilidades é relativamente fácil e barato.
Os turistas da África do Sul não precisam se sentir culpados por deixarem rastros de carbono, se nós, como um setor, podemos facilitar o turismo sustentável, que fortalece e melhora as comunidades locais. Ao invés disso, o legado dos turistas pode ser significativo. Devemos nos esforçar para tornar realidade uma utopia que leve os participantes do setor de turismo a se envolver em projetos de transformação e usem as suas habilidades de acolhimento e o seu conhecimento para estimular a sua própria equipe e as comunidades a aderir a um produto.
Tive o privilégio de ver alguns grandes exemplos disso como o Thakadu River Lodge em Reserva de Animais Madikwe. Esse é um alojamento que foi construído, é operado e pertence à comunidade local - mas ao invés de apenas repassá-lo e aguardar a sua falência, os alojamentos no seu entorno levaram três anos investindo tempo, energia, habilidades e capital intelectual no projeto visando proporcionar a esse grupo um alto nível sustentável de competência e facilitar uma compreensão legítima da importância da prestação de serviços.
Outro exemplo de uma operadora de ecoturismo verdadeiramente sustentável é a Wilderness Safaris, que faz parcerias com as comunidades que possuem e protegem a terra. A natureza continua a melhorar a área treinando e empregando os membros da comunidade local. Por esta razão, a minha empresa, a Rhino Africa, além de criar as nossas próprias iniciativas, é uma grande apoiadora da marca Wilderness Safaris. Sempre que é possível, ajudamos as companhias que agregam e fortalecem os programas filantrópicos e comunitários com o objetivo de promover a autossuficiência. Para nós, é de grande importância que as empresas de turismo invistam na comunidade local, em vez de empregar mão de obra externa.
Ao mesmo tempo em que acreditamos no apoio aos projetos de nossas companhias parceiras, a Rhino Africa também possui a sua iniciativa para arrecadação de fundos, Challenge4aCause.Também nos esforçamos para ser responsáveis em nossas práticas comerciais diárias por meio de nosso programa Atitudes sustentáveis. Leia o nosso recente artigo na Spotlight Magazine aqui.